O ÓDIO SAGRADO DE CADA DIA


Fico pensando quantos de nós carrega no seu intimo um ódio concebido contra alguém que tem um tom de pele diferente. A cólera de odiosidade que não aceita em hipótese alguma a igualdade social e racial quer muito mais do que privilégios, quer a degradação do outrem. O homem, o ser que evolui até chegar ao patamar de dominador de todas as espécies, declina no mar da ignorância ao perceber que não é superior como ele imagina ser. E o pior, ainda induz crianças que não desenvolveram seu caráter ainda a odiar sem mesmo saber o motivo.



No dia 10 de julho ao ver a destituição de um símbolo que está enraizado nas entranhas da segregação racial, homens e mulheres que aparentemente levam uma vida comum nos EUA com seus familiares, amigos, redes sociais e igreja. Tiveram seu âmago ferido. Uma decisão da governadora retirou do capitólio a bandeira que simbolizava os Estados confederados. A bandeira simbolizava muito mais do que um lado do conflito da guerra da Secessão. Simbolizava os interesses sulistas em manter a escravidão e a servidão de um povo, e consequentemente a hegemonia racial do homem branco.

Por aqui ainda vemos piadas racistas nas timelines para quem quiser ler. Concursos para dançarinas de programas televisivos com uma explicita exclusão racial. Ingresso em universidades públicas com uma clara distinção de classes e etnias. Execuções sumárias baseadas na cor da pele e no local geograficamente afastado. Encarceramento com mais de 90% da população pobre e negra nos presídios. Enfim, talvez a diferença dos membros da Klu Klux Klan ou do atirador Dylann Roof para os nossos inescrupulosos racistas tupiniquins seja o método de segregar, pois o desejo, esse com certeza é o mesmo.


E voltando a história da bandeira.

- Ah, mais é só uma bandeira...

Não, não é somente um símbolo confederado sem importância. Assim como também não era só uma suástica idiota e insignificante. Como hoje não é apenas uma piadinha para descontrair o ambiente, e igualmente não é um simples comentário para melhorar uma aparência não convencional. São resquícios de preconceito e dominação que devem ser reduzidos à zero.

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